As eleições municipais de 2024, realizadas neste último domingo de 06 de outubro, trouxeram um cenário misto para o futuro das políticas ambientais no Brasil. Em várias capitais, prefeitos já foram definidos, enquanto outras cidades caminham para o segundo turno.
Esta nova composição política, que inclui prefeitos e vereadores eleitos, terá papel fundamental na implementação de políticas sustentáveis locais.
Prefeitos Eleitos e Sustentabilidade
Em algumas capitais, como Curitiba e Florianópolis, os prefeitos eleitos já demonstraram compromissos com iniciativas sustentáveis em suas campanhas, priorizando mobilidade urbana verde, redução de emissões e programas de preservação ambiental.
Esses líderes, se coerentes com suas promessas, podem ajudar a transformar suas cidades em modelos de inovação climática. A análise das políticas propostas em seus planos de governo mostra que os eleitores priorizaram a sustentabilidade em várias capitais.
A agenda verde é fundamental para enfrentar os desafios climáticos, principalmente em regiões com alta densidade populacional e problemas de poluição.
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Por outro lado, há casos de prefeitos eleitos que fizeram pouco caso das questões ambientais, abordando o tema apenas de forma superficial durante a campanha, sugerindo que o ambientalismo foi uma pauta secundária.
É importante que a população siga monitorando essas lideranças para garantir que os compromissos ambientais não sejam esquecidos ao longo do mandato.
Vereadores e Políticas Ambientais
Os vereadores desempenham um papel fundamental na formulação de políticas municipais. Com a eleição de vereadores em todas as cidades brasileiras, as expectativas sobre o compromisso desses representantes com a sustentabilidade são altas.
Há uma crescente demanda por legislações mais rígidas que promovam a gestão eficiente de resíduos, preservação de áreas verdes, energia renovável e urbanização sustentável.
Candidatos alinhados com movimentos ambientalistas foram eleitos em várias regiões, o que sinaliza uma mudança de mentalidade em cidades como São Paulo, onde a candidata a vereadora Marina Bragante (Rede), fundadora da Bancada do Clima no Brasil, foi eleita.
Já em Florianópolis, onde a candidata a vereadora Ingrid Santeré Mawé (PSOL), mulher indígena, professora, bióloga e feminista, foi eleita. Além dessas candidatas eleitas em suas cidades, temos também outras cidades que votaram pelo clima.
Ainda assim, muitos vereadores com posturas ambientalmente negligentes também foram eleitos, o que impõe desafios para a aprovação de projetos que busquem enfrentar as mudanças climáticas. Esses legisladores devem ser cobrados por seus eleitores, especialmente em um contexto de crise climática que não pode mais ser ignorado.
Segundo Turno: Oportunidade para Avanço Ambiental

Em cidades como Rio de Janeiro, Salvador e Porto Alegre, onde haverá segundo turno, o eleitorado ainda tem uma segunda chance para refletir sobre o impacto de seus votos no futuro ambiental das cidades.
Este é o momento de os candidatos se posicionarem de forma mais clara sobre o tema, oferecendo propostas concretas para enfrentar desafios como a poluição urbana, as queimadas, e a gestão de água e resíduos.
Um Chamado para o Clima
Diante do cenário global de aquecimento extremo, com recordes de temperaturas sendo quebrados, o Brasil precisa de lideranças que entendam a urgência das questões climáticas. As escolhas feitas nestas eleições municipais determinarão o quanto as cidades brasileiras serão resilientes às mudanças climáticas.
Políticas públicas locais como transporte sustentável, preservação de áreas verdes e redução da emissão de gases poluentes podem fazer a diferença na qualidade de vida urbana e no combate ao aquecimento global.
Os eleitores têm uma grande responsabilidade em cobrar seus prefeitos e vereadores eleitos, garantindo que as promessas feitas durante as campanhas não fiquem apenas no discurso. Ao mesmo tempo, é essencial que os candidatos que seguem para o segundo turno apresentem planos mais robustos para transformar suas cidades em espaços mais sustentáveis e preparados para o futuro.
As eleições de 2024 pode ser um marco importante para as políticas ambientais no Brasil. O resultado das urnas mostrará se as cidades brasileiras estão dispostas a adotar uma agenda verde para enfrentar as crises climáticas.
Cabe a cada eleitor continuar atento, pressionando por ações concretas e garantindo que o meio ambiente seja uma prioridade em todas as esferas do poder municipal.