Dia Internacional para Erradicação da Pobreza

O Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza , realizado em 17 de outubro, é um dia fundamental para fortalecer a luta global contra as desigualdades sociais. A mensagem central das Nações Unidas é a de “Agir juntos para alcançar a justiça social e ambiental para todos”, enfatizando que a erradicação da pobreza está diretamente ligada à promoção da justiça ambiental.

Esse dia, que coincide com o Dia da Agricultura, nos convidam a refletir sobre como esses temas se inter-relacionam, abordando as complexas interseções entre a pobreza, a sustentabilidade e a preservação ambiental.

A Pobreza e as Crises Globais

Pobreza e a crise global

A pandemia da COVID-19 e os crescentes conflitos globais agravaram as desigualdades, empurrando milhões de pessoas para a extrema pobreza. Segundo dados da ONU, cerca de 736 milhões de pessoas vivem abaixo da linha de pobreza, sobrevivendo com menos de US$ 1,90 por dia​.

No entanto, a pobreza não é um problema isolado; ela se entrelaça com outros desafios globais, especialmente com as crises ambientais. Regiões mais pobres, como as zonas rurais e periféricas, são particularmente vulneráveis ​​aos efeitos das mudanças climáticas, como secas, enchentes e desastres naturais. Essas comunidades, muitas vezes dependentes da agricultura, enfrentam maiores dificuldades para se adaptarem aos impactos ambientais.

O conceito de justiça ambiental aponta que, embora as populações mais pobres contribuam minimamente para as emissões de gases de efeito estufa, são elas que enfrentam os impactos mais severos.

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Em muitos países, políticas voltadas para a preservação ambiental e práticas agrícolas sustentáveis ​​são vistas como parte integrante das estratégias de redução da pobreza.

Agricultura Sustentável como Ferramenta de Justiça Social

No contexto brasileiro, o papel da agricultura é ainda mais significativo. O Brasil é um dos maiores produtores agrícolas do mundo, e a agricultura familiar desempenha um papel fundamental na segurança alimentar do país.

Porém, é preciso olhar para além dos números econômicos e discutir a forma como essa agricultura pode contribuir para a erradicação da pobreza. A agricultura sustentável se mostra uma ferramenta poderosa para garantir a justiça social e ambiental.

Práticas como a agroecologia e a agricultura regenerativa buscam preservar o solo, a água e a biodiversidade, ao mesmo tempo em que oferecem um meio de subsistência para pequenos agricultores. Essas práticas favorecem um modelo de produção que reduz os impactos ambientais e cria oportunidades econômicas nas áreas rurais.

Agricultores que adotam modelos sustentáveis ​​não apenas protegem o meio ambiente, mas também constroem resiliência econômica diante das crises climáticas.

A Agricultura no Combate à Pobreza

No Brasil, a conexão entre agricultura e pobreza é uma questão central de justiça social. Segundo dados do IBGE, um setor agrícola familiar responde por cerca de 70% dos alimentos consumidos no país, mas muitos desses agricultores vivem em condições de extrema pobreza.

Políticas públicas que incentivam a transição para práticas agrícolas mais sustentáveis, ao mesmo tempo que garantem acesso a recursos, crédito e mercados, são essenciais para fortalecer a agricultura familiar e reduzir a pobreza nas zonas rurais.

É importante destacar que a erradicação da pobreza deve incluir a criação de oportunidades econômicas que respeitem os limites ambientais. Incentivar a agricultura sustentável pode ajudar a mitigar os efeitos das mudanças climáticas, além de gerar empregos verdes, promovendo um ciclo de desenvolvimento sustentável. Ao proteger os recursos naturais e garantir a inclusão econômica, a agricultura sustentável torna-se uma ferramenta eficaz no combate à pobreza.

Pobreza e a Agenda 2030

Dia Internacional para Erradicação da Pobreza

A erradicação da pobreza é o primeiro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU. Esses objetivos são regulares para que o crescimento econômico deva andar de mãos dadas com a preservação ambiental e a justiça social. A proteção do meio ambiente e o combate às mudanças climáticas são essenciais para garantir um futuro sustentável para as gerações futuras.

A pobreza, de acordo com a ONU, deve ser enfrentada de forma sistêmica, considerando os impactos sociais e ambientais. A justiça social não pode ser alcançada sem uma correção vigorosa das injustiças ambientais, e a erradicação da pobreza global depende da nossa capacidade de equilibrar essas duas dimensões​

O Papel do Consumo Sustentável

Além das práticas agrícolas, o consumo sustentável também é uma peça fundamental nesse quebra-cabeça. A redução da pobreza requer a transformação dos padrões de consumo e produção em direção à sustentabilidade. O desenvolvimento de políticas que incentivem o consumo consciente e a economia circular pode reduzir a pressão sobre os recursos naturais e criar oportunidades econômicas para comunidades vulneráveis.

Governos, empresas e consumidores têm a responsabilidade de adotar práticas que reduzam o desperdício de recursos e promovam a reciclagem e a reutilização de materiais. Essas mudanças são essenciais para criar uma economia mais sustentável e equitativa.

Conclusão

O Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza nos lembra que não há como combater a pobreza sem enfrentar as crises ambientais e climáticas. A justiça social e ambiental estão intimamente ligadas, e a agricultura, quando tratada de forma sustentável, pode ser uma poderosa aliada na criação de um mundo mais justo e igualitário.

Neste contexto, as políticas públicas que incentivam a agricultura sustentável, o consumo responsável e a proteção dos recursos naturais são fundamentais para garantir que a erradicação da pobreza e a preservação ambiental caminhem juntas. A conexão entre esses temas não só fortalece as bases de uma sociedade mais justa, mas também pavimenta o caminho para um futuro mais sustentável.

Apoiar e adotar práticas agrícolas e de consumo mais conscientes não é apenas uma questão de sustentabilidade, mas também uma forma de luta pela justiça social. É por meio dessas ações que podemos transformar a realidade das populações mais vulneráveis ​​e promover um equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a preservação do nosso planeta.


Fontes Consultadas :

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