A indústria de moda rápida, ou fast fashion , caracteriza-se pela produção acelerada e em grande escala de roupas, buscando responder às tendências de moda de baixo custo. Marcas como Shein, Zara e H&M dominam o mercado com estratégias que dependem de um consumo contínuo e duradouro.
A consequência? Um impacto ambiental severo e a adoção crescente de práticas de greenwashing – onde as empresas promovem uma imagem ambientalmente responsável, sem de fato implementar práticas sustentáveis.
Fast Fashion e o Meio Ambiente
O fast fashion é responsável por problemas ambientais, devido a práticas como:
- Poluição da Água : Estimativas apontam que produção têxtil global contribui com cerca de 20% da poluição da água limpa, principalmente pelo uso de corantes e produtos químicos. De acordo com o Parlamento Europeu, o setor têxtil é o terceiro maior consumidor de água, levando à degradação de ecossistemas aquáticos
- Descarte de Resíduos : Peças de moda rápida têm vida útil curta e acabam rapidamente em aterros sanitários. Além disso, tecidos sintéticos como poliéster liberam microplásticos, poluindo corpos d’água e afetando a fauna.
- Emissões de CO₂ : A produção de fast fashion utiliza altos níveis de energia e recursos, gerando emissões significativas de carbono. Estima-se que, se não houver mudanças, a indústria da moda poderá ser responsável por 26% das emissões globais de carbono até 2050.
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O Caso Shein: Entre o Sucesso e as Críticas
A Shein representa o modelo extremo de moda ultrarrápida, produzindo centenas de novos designs diariamente a preços extremamente baixos. Esse modelo de negócios busca responder à demanda por moda acessível, mas à custa de práticas ambientalmente abrangentes.
A Shein tem enfrentado investigações sobre supostas práticas de greenwashing , especialmente na Europa, onde sua linha “evoluShein” foi acusada de vagas e enganosas sobre a sustentabilidade de seus produtos.
Em 2024, a empresa anunciou um fundo de 200 milhões de euros para apoiar startups focadas em reciclagem têxtil, em uma tentativa de melhorar sua imagem e atender a pressões regulatórias. Contudo, os críticos argumentam que essa é uma estratégia para melhorar a confiança sem mudanças reais na produção (eco-estylist)
Greenwashing: Estratégias e Problemas
O greenwashing ocorre quando as empresas propagam informações enganosas sobre suas práticas ambientais para atrair consumidores conscientes. Alguns exemplos comuns incluem:
- Marketing de Produtos “Sustentáveis”: Muitas marcas lançam linhas “ecológicas” com tecidos reciclados ou orgânicos, mas em pequena escala, sem alterar o volume total de produção.
- Compensação de Carbono Duvidosa: Algumas marcas afirmam neutralizar suas emissões com projetos de reflorestamento, mas a validade dessas compensações é frequentemente questionável devido à falta de monitoramento rigoroso.
- Falta de Transparência: Embora algumas empresas publiquem relatórios de sustentabilidade, é comum que omitam dados sobre o aumento na produção e impactos adversos no meio ambiente.
Mudanças Necessárias: Rumo a uma Moda Sustentável
Para uma moda verdadeiramente sustentável, é necessário que as empresas:
- Reduzam a Produção: Menos peças, de melhor qualidade e maior durabilidade, são essenciais para diminuir o volume de resíduos.
- Implementem Práticas de Economia Circular: Iniciativas como reciclagem têxtil e plataformas de revenda ajudam a reutilizar e prolongar a vida útil das roupas.
- Invistam em Transparência: A divulgação de práticas e impacto ambiental com verificações independentes é vital para garantir redução de danos.
Em resumo, o modelo de fast fashion, popularizado por marcas como a Shein, destaca o dilema entre a moda acessível e a sustentabilidade. Ao promover tendências rápidas e preços baixos, essas marcas incentivam o consumo excessivo, gerando desperdício e poluição.
Práticas como o greenwashing , em que as empresas parecem ser mais sustentáveis do que realmente são, agravam o problema e criam uma ilusão de responsabilidade ambiental. Para avançar em direção a uma moda verdadeiramente sustentável, os consumidores e as empresas devem adotar práticas mais conscientes: reduzir a produção e o consumo, investir em transparência e fortalecer iniciativas de reciclagem.
Somente com mudanças reais é possível reverter os danos ambientais causados por esse modelo e construir uma indústria de moda que respeite os limites do planeta.
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